Não sou estudiosa de redes - pelo menos não ainda.
Mas o assunto me interessa, e de I
nformationalism, networks, and the network society:a theoretical blueprint, de Manuel Castells, extraí alguns excertos conceituais básicos e gostaria de dividir com vocês, abaixo (a tradução está meio tosca, mas o original pode ser encontrado na Web).
Também gostaria de receber alguma orientação sobre bibliografia
básica sobre redes - além do Castells. Incluindo bons artigos, se eles estiverem na internet.
O que vocês me sugeririam?
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Uma rede não tem centro, apenas nodos. A relevância dos nodos para a rede é variável. Eles aumentam sua importância em frente à rede pela absorção de mais informação relevante, e a processando mais eficientemente. A relativa importância de um nodo não parte de suas características específicas, mas de sua habilidade em contribuir para o alcance dos objetivos da rede. No entanto, todos os nodos de uma rede são necessários para sua performance. Quando os nodos se tornam redundantes ou inúteis, as redes tendem a se reconfigurar, eliminando alguns nodos e adicionando alguns novos. Nodos só existem e funcionam como componentes de redes. A rede é a unidade, não o nodo. [Eis que daqui surgiu essa
minha preocupação :]
Em uma rede, a distância entre os nodos tende a zero, já que as redes seguem a lógica das propriedades de small worlds: são capazes de conectar a uma rede inteira e redes comunicadas de qualquer nodo na rede, na condição de dividirem protocolos de comunicação. [ou seja, ligações nodos entre nodos de mesma rede ou rede com rede, desde que "falem a mesma língua"]
Redes são auto-configuráveis, estruturas complexas de comunicação que asseguram ao mesmo tempo a unidade do propósito e a flexibilidade de sua execução, pela capacidade de se adaptar ao ambiente em operação.
Redes, no entanto, não são específicas das sociedades do século 21, or for that matter, to human organization. As redes constituem o padrão de vida fundamental, de todos os tipos de vida. (...) [e abaixo ele explica porque ele acha que as organizações hierárquicas foram as que prevaleceram nas sociedades, e não as colaborativas, e porque as redes encontram solo fértil para se desenvolver agora]
Minha hipótese para essa superioridade histórica de organizações verticais-hierárquicas sobre as redes é que a forma de organização em rede tinha limites materiais para prevalecer, limites que são fundamentalmente ligados a tecnologia disponível. De fato, redes tem sua força em sua flexibilidade, adaptabilidade e capacidade de auto-configuração. Ainda, além de certo obstáculo de tamanho, complexidade e volume de troca, eles tornam-se menos eficientes que verticalmente organizadas, estruturas de comando e controle, “sob condições de tecnologia de comunicação pré-eletrônicas” (Mokyr, 1990). Sim, barcos à vela podiam construir redes de mercado e conquista cruzando de mares e até atravessando oceanos. E emissários a cavalo, ou mesmo correndo, podiam manter comunicação do centro para a periferia de vastos territórios imperiais. Mas o espaço de tempo de feedback no processo de comunicação era tal que a lógica do sistema tendeu para uma via de mão única o fluir de transmissão de informação e instrução. Sob tais condições, as redes foram uma extensão do poder concentrado no topo das organizações verticais que deram forma à história da humanidade: Estados, aparatos religiosos, "war lords", exércitos, burocracias, e seus subordinados responsáveis pela produção, mercado e cultura.
A habilidade das redes em introuzir novos atores e novos conteúdos no processo de organização social, com relativa independência dos poderes centrais, aumentou com o tempo e as mudanças tecnológicas, e mais precisamente, com a evolução das tecnologias de telecomunicações.
REFERÊNCIA:
CASTELLS, M. (2004)
Informationalistm, networks, and the network society: a theoretical blueprint. The network society. A cross-cultural perspective, p. 3-45. Edward Elgar, Northhampton, MA.
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