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O texto de Augusto de Franco sobre cocriação produz reflexões. Muitas! É radicalmente esclarecedor e expõe com contundência todas as dificuldades e equívocos dos métodos da moda que pretendem inovar. É uma proposta radical na medida em que sugere livrar-se das estruturas hierárquicas, dos líderes, do programa/método que prevê os passos a serem seguidos na criatividade e inovação. Libertar-se também da participação para dar espaço à interação com... Penso que seja necessário um movimento com essa radicalidade como meio de romper com heranças da tradição da modernidade.
Acho que precisamos radicalizar para nos livrar disso tudo, e, quem sabe, como isso, logo adiante possamos experimentar contemplar o E, não apenas o Ou. Acolher uma coisa E outra coisa (a estrutura e a rede, por exemplo). Não apenas uma coisa OU outra. Concepção que é recomendada pelo pensamento complexo proposto por Morin. Lidar com a complexidade significa, entre outras tantas coisas, distinguir e ligar. Distinguir uma forma de pensar de outra. Colocar em diálogo concepções distintas e semelhantes através da dialógica (lógicas que se complementam, competem entre si, se contradizem etc.). E esperar e desejar que a conversação, o diálogo, a dialógica sejam generativos. Façam emergir novas lógicas que recursivamente possam modificar as lógicas originais, mesmo que sejam acompanhadas pelo caos, o sem sentido etc.
Acrescentaria ao apontado por Augusto outra dificuldade para cocriar. Aquela que se refere a pressão que sofre a pessoa que tem um papel proeminente na instituição ou empresa, no grupo social e mesmo na rede, para que se coloque como exemplo a ser copiado. É extremamente difícil pra esses líderes sair desse papel e evitar de ser modelo no exercício do método, exemplo para formulação das ideias ou modos de ser. Não exercer esse papel exige aguentar a pressão dos demais em interação com ele. Abandonar o narcisismo, desinflar o ego, comumente inflado pelos que só querem copiar. Desvencilhar-se disso tem se revelado uma tarefa difícil, segundo constato nos achados de pesquisas.
Além disso, quero contribuir ao debate proposto trazendo a informação de que Jacob l. Moreno, criador do psicodrama e da expressão psicoterapia de grupo, na segunda e terceira décadas do século passado contribuiu para a noção de rede. Essa contribuição é reconhecida por alguns pesquisadores como, por exemplo, José Luis Molina, que faz parte dos textos da Escola de Redes. Moreno criou a expressão ‘átomo social’ pra se referir ao grupo pessoas mais próximas do protagonista, em co-ação e co-experiência com o protagonista, no ‘teatro espontâneo’. Este teatro é motivado pelos acontecimentos do cotidiano das pessoas comuns. Não é um teatro que reproduz os feitos de reis e/ou rainhas e heróis de uma nação, como o teatro clássico.
Moreno deu o nome de rede social ao conjunto de átomos sociais interligados. Segundo ele temos, então: a pessoa que exerce o papel de protagonista em co-ação e co-experiência com outros; o coletivo de pessoas em co-ação com ele constituem o átomo social; e o conjunto de átomos compõem a rede sociométrica.
É oportuno considerar o contexto em que criou esses conceitos. Foi diante da possibilidade de pensar que Deus poderia estar morto (como havia afirmado Nietzsche). Nesse contexto, as pessoas poderiam abandonar sua condição de criaturas para passarem a ser demiurgos, criadores do mundo. Entregando-se a co-experiência e a co-ação poderiam criar o mundo rompendo com a ideia de sermos apenas cópias semelhantes a Deus.
Publicado no Caderno PrOA de Zero Hora - Porto Alegre -RS, em 08/02/15
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Postado em 9 fevereiro 2015 às 15:09
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